

O circuito alpino da FIS ficou muito mais pálido no ano passado, quando o colorido piloto de esqui Lucas Braathen, da Noruega, anunciou sua aposentadoria imediata em outubro de 2023. O anúncio foi feito um dia antes da abertura da Copa do Mundo de Esqui Alpino da FIS em Sölden, na Áustria, e causou um choque na comunidade de corridas alpinas. Agora, parece que Braathen está pronto para anunciar oficialmente seu retorno sob a bandeira brasileira e convocou uma coletiva de imprensa para amanhã, quinta-feira, 7 de março.
O anúncio surpresa veio à luz de um desentendimento com a Associação Norueguesa de Esqui, embora Braathen tenha apenas insinuado os problemas, declarando: “Para que eu continuasse a esquiar nesse sistema, não só tive que deixar meus sonhos de lado, mas também minha felicidade.” Os atletas noruegueses não têm controle sobre sua imagem pessoal ou direitos de marketing enquanto membros da Associação Norueguesa de Esqui. Braathen entrou em conflito várias vezes com as autoridades norueguesas por firmar contratos de marketing conflitantes com fabricantes de roupas.


Lucas Braathen entrou no circuito da Copa do Mundo Alpina da FIS com apenas 18 anos de idade na temporada de inverno 2018/2019. Em sua curta carreira, o especialista norueguês em tecnologia subiu ao pódio um total de 12 vezes, incluindo cinco vitórias. Depois de uma temporada forte no inverno passado, o norueguês ganhou o prestigioso Crystal Globe da Copa do Mundo FIS de Slalom.
O O anúncio surpresa da aposentadoria gerou uma enxurrada de apoio de outros esquiadores, incluindo o colega de equipe Aleksander Aamodt Kilde, que chamou Braathen de “um fogo de artifício humano”. O alemão Felix Neureuther, um piloto de esqui aposentado que se tornou comentarista de TV, até se ofereceu para casar com Braathen, dizendo “Se for por causa da federação, eu me casaria com o senhor e então o senhor poderia começar a jogar pela Alemanha. Minha esposa não se importaria nada com isso”.


Agora Braathen confirmou em uma entrevista ao jornal brasileiro Globo Esporte que voltará às corridas de esqui e esquiará sob a bandeira brasileira. A mãe de Braathen é brasileira, enquanto seu pai é norueguês e Braathen carrega orgulhosamente o nome do meio “Pinheiro”, que significa “pinheiro” em português, que também é seu nome de usuário no Instagram.
“O que eu sinto é alegria e amor. Estou apaixonado por representar os brasileiros em um novo esporte. Isso é muito importante para mim. Estou muito feliz em representar meu país. Eu cresci gostando muito de esportes, cresci jogando futebol nas ruas de São Paulo com meus primos e amigos, então, para mim, é o momento certo.”
– Lucas Braathen


De acordo com as regras da FIS, os pilotos de esqui podem mudar o país pelo qual esquiam no início de uma nova temporada. Como a temporada da FIS vai de 1º de julho a 30 de junho de cada ano, isso significa que Braathen pode retornar ao circuito a partir de 1º de julho de 2024, desde que seja liberado pela Associação Norueguesa de Esqui. Se Braathen realmente puder e for titular no país natal de sua mãe, o país sul-americano poderá ganhar sua primeira medalha na Copa do Mundo de Alpinismo da FIS e talvez até sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno. O único esquiador alpino brasileiro anterior foi Teo Fabi, cujo melhor resultado pessoal foi um 43º lugar em Downhill em St. Moritz, Suíça, em 1974.
A coletiva de imprensa está marcada para o dia 7 de março, às 11h00, horário local, em Salzburgo, Áustria. Os fãs do circuito da Copa do Mundo Alpina ficarão entusiasmados com o retorno do esquiador brasileiro-norueguês.